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Tal dialctica e forma de pensar deu azo a uma ainda maior diviso,excluindo dos concursos toda a obra que no respeitava os cnones instalados,Criou-se uma poltica de gosto cada vez mais assente na relevncia internacional e cultural dos projectos e quem no seguisse tais predicados ficava de fora,Quando dei os primeiros passos enquanto realizador.jogos gratiss esta era a realidade vigente e,depois de oito anos a concorrer,fui vencedor do apoio s primeiras longas-metragens,partimos em digresso com o meu filme Florbela,seguindo o exemplo de Joo Botelho,que o tinha feito no ano anterior.
tendo-me criado tanto entusiasmo que quis viver essa mesma experincia,J nessa altura,o nmero de espectadores no era alto,mesmo assim.um filme do ICA podia fazer 30 mil espectadores,Eu queria mais e consegui que o meu filme chegasse aos 45 mil,Nessas sesses,ficava sempre para uma conversa com o pblico,muitas vezes,era eu quem tinha de fomentar o debate.
tentando perceber a razo do desinteresse em descobrir cineastas e filmes,o porqu do abandono gradual das salas,do preconceito,O pblico de cinema existe! Em mdia.cerca de 100 mil pessoas vo ao cinema,por semana,jogos do lens estrearam-se,mais de 60 produes nacionais (fices e documentrios),Mais de 80% tiveram menos de dois mil espectadores,incluo-me nessa estatstica com o meu ltimo filme.
Portugueses,Mas recuso-me a baixar os braos e,a partir de Setembro,irei percorrer o pas ao encontro do pblico.um cineasta portugus ganhou o Prmio de Melhor Realizao,O filme no chegou aos 12 mil espectadores,Somos um dos pases da Europa onde menos se v cinema nacional,Onde esto as pessoas? Onde esto os quase 400 mil que,foram ver o filme de Walter Salles?,O pblico do cinema de autor abandonou as salas.
jogos de ontem do brasileirão Sobra o restante pblico e esse tem pouca oferta nacional,Alguns produtores sem ICA arriscam,na sua maioria,do primazia s comdias.como se estas fossem uma garantia,uma derradeira hiptese face a um pblico desconfiado e arredio,Enquanto isso,o cinema de autor portugus entregou-se por completo aos ditames e modas dos festivais de Cannes,Veneza ou Berlim,como se ns no tivssemos capacidade de criar a nossa identidade cinematogrfica.
a nossa imagtica,a nossa realidade,onde devem caber todos os gneros e pblicos,Esta mentalidade transformou a arte do cinema numa verdadeira competio.como se apenas o estrangeiro pudesse falar por ns e classificar-nos,De tal forma que at o Estado fomenta essa cultura de auto-desprezo ao colocar como condio para obteno de pontuao em concursos a presena e prmios em certames internacionais,se essa premissa est instalada nas mais altas instncias,como podemos ns querer que o grande pblico se sinta reconhecido e valorizado?,o mais desolador verificar que poucos so aqueles que ficam realmente apreensivos ao assistir a este abandono por parte do nosso pblico,Ningum fala.
Faz-se gudio quando os filmes so vistos em Frana,ficando por afirmar que esses filmes so,maioritariamente,co-financiados por entidades francesas que em sala tentam reaver o investimento.Como se os franceses terem curiosidade pelo nosso cinema aplacasse a falta do pblico portugus,J realizei oito longas-metragens,todos os dias,por um cinema no qual acredito,porque quero que outros realizadores como eu possam fazer filmes,Porque acredito que o cinema de um pas feito de muita gente.
e que ningum deve ser excludo,Ningum! Nem nenhum tipo de cinema ou pblico,Essa foi uma das razes pelas quais ajudei na criao da Academia Portuguesa de Cinema,Os meus filmes so o meu contributo e.fao gosto em experimentar vrios gneros,parto para digresses com o objectivo de privar com o pblico,ouvi-lo e traz-lo de volta para o cinema portugus,Quer seja para os meus filmes,quer para todos os outros realizados pelos meus colegas,Tenho 53 anos.
sou realizador e no quero que o cinema acabe,Quero apoios mais diversificados,incentivos para que novas geraes possam filmar,Quero poder continuar a trabalhar e.dar emprego a dezenas de profissionais,porque o cinema uma arte colectiva,Filmo as histrias que imagino e penso nas pessoas que esto comigo e naquelas que viro s salas ver o que tenho para lhes dizer com imagens,Recuso-me a pertencer a um tipo de cinema,a uma espcie de elite volvel e efmera,Cresci com Spielberg e Bergman.
Sou filho de muitas cinematografias,Quero fazer filmes infantis,de fantasia,polticos porque estes no se podem reduzir a filmar os deserdados e marginalizados.mas sim alargar o espectro e filmar o poder e o privilgio,E quero poder receber pblicos de todos os gneros,de braos e corao abertos,percorrendo os mais recnditos recantos deste pas,indo aos locais onde ningum promove nada,indo aos territrios onde no existem salas dignas desse nome.
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